Estudos mais recentes estão tentando determinar se a produção de espermatozoides está realmente diminuindo e se isso representa uma ameaça para a humanidade. No entanto, as conclusões são contraditórias. A falta de registros clínicos e bancos de dados confiáveis dificulta ainda mais a obtenção de uma pesquisa definitiva e precisa sobre o assunto. Além disso, a saúde reprodutiva masculina tem sido tradicionalmente negligenciada e muitas vezes a “culpa” da infertilidade recai sobre a mulher, mesmo quando metade dos casos têm origem em fatores masculinos.
O estilo de vida atual, com sedentarismo, dieta inadequada, obesidade, tabagismo, consumo excessivo de álcool, estresse e falta de sono regular, pode ter um impacto significativo na qualidade do sêmen. Além disso, a exposição a poluentes conhecidos como disruptores endócrinos, presentes em pesticidas e aditivos industriais, também pode alterar os níveis de hormônios sexuais. Substâncias como o bisfenol A (BPA), que já foi banido em alguns países, têm sido associadas à diminuição na quantidade de espermatozoides e piora de outros parâmetros do sêmen. No entanto, substitutos como o bisfenol S (BPS) e o bisfenol F (BPF) também apresentam riscos semelhantes.
Enquanto as causas do declínio na qualidade do sêmen continuam sendo estudadas, alguns grupos extremistas têm culpado a agenda feminista, afirmando que a busca pela igualdade de gênero está diminuindo os níveis de testosterona nos homens e destruindo a masculinidade. Essas afirmações são infundadas e absurdas. É importante conscientizar os homens de que mudanças positivas no estilo de vida podem melhorar a qualidade e quantidade dos espermatozoides. É necessário apoiar pesquisas e políticas públicas para mitigar os efeitos dos poluentes ambientais na saúde humana.
Em conclusão, estudos sobre a queda na quantidade e qualidade dos espermatozoides têm apresentado resultados contraditórios e são limitados por dificuldades metodológicas. No entanto, é importante considerar o impacto do estilo de vida atual e da exposição a poluentes. Além disso, é necessário combater estereótipos de gênero e conscientizar os homens sobre a importância de cuidar da saúde reprodutiva.