O massacre ocorreu em 29 de julho de 1982, no município de Santa Cruz El Chol, no norte da Guatemala. Na ocasião, soldados e patrulhas civis trancaram um grupo de moradores dentro de uma casa e lançaram explosivos contra eles. A maioria das vítimas eram crianças.
Durante o julgamento, o tribunal absolveu oito ex-paramilitares que também estavam sendo acusados pelo massacre. A decisão causou indignação entre os ativistas de direitos humanos e as famílias das vítimas, que esperavam por justiça há décadas.
O juiz Walter Mazariegos, presidente do tribunal da capital, anunciou a sentença de Ovalle, impondo a pena mínima de 20 anos de prisão, que não pode ser reduzida ou comutada. Essa condenação marca um passo importante na luta para responsabilizar os responsáveis pelos abusos cometidos durante a guerra civil na Guatemala.
A ditadura de Efraín Ríos Montt foi marcada por inúmeros casos de violações dos direitos humanos, incluindo massacres, desaparecimentos forçados e tortura. Durante esse período sombrio da história guatemalteca, milhares de indígenas foram vítimas de violência e discriminação.
Embora a condenação de Ovalle seja motivo de comemoração para muitos, ainda há muito a ser feito para garantir que todas as vítimas recebam justiça. Muitas famílias ainda estão em busca dos corpos de seus entes queridos desaparecidos e não tiveram a oportunidade de enterrá-los dignamente.
As organizações de direitos humanos continuam pressionando as autoridades guatemaltecas para que investiguem e processem todos os responsáveis pelos crimes cometidos durante a guerra civil. A impunidade é um problema persistente no país e muitos agentes do Estado que cometeram atrocidades ainda estão em liberdade.
Espera-se que a condenação de Ovalle seja um passo em direção a um futuro mais justo e que traga um pouco de alívio às famílias das vítimas. No entanto, é fundamental que a luta por justiça continue, para que os horrores do passado não se repitam e para que todas as vítimas sejam lembradas e honradas adequadamente.