Atualmente, o cenário político na Argentina está em um momento crucial, pois faltam apenas 60 dias para as eleições. Há uma reflexão em andamento sobre o futuro do país, com a necessidade de autocrítica por parte dos governantes e setores da sociedade. A candidatura interna de Juan Grabois nas eleições primárias, que obteve quase 6% dos votos, serve como um alerta de que o governo precisa cumprir suas promessas e implementar as medidas necessárias.
Além disso, há a preocupação com o surgimento de Javier Milei, um candidato com propostas polêmicas e inaplicáveis, que busca seguir o caminho de Jair Bolsonaro no Brasil. Milei defende a privatização de diversos setores, incluindo a educação e o Banco Central, e propõe um ajuste fiscal profundo.
No entanto, é importante ressaltar que Milei é apoiado por grupos de empresários e investidores financeiros, como BlackRock e Templeton, que têm interesses próprios na privatização e na liberalização econômica. A mídia hegemônica do país tem a difícil decisão de escolher entre apoiar Milei ou Patricia Bullrich, que já governou para o Fundo Monetário Internacional (FMI) e demonstrou eficiência em ajustes e cortes.
É fundamental que a população argentina se informe sobre as propostas dos candidatos e questione os argumentos da plataforma libertária de Milei. Suas promessas de privatizar instituições fundamentais para o país, como o CONICET, são baseadas em uma ignorância total sobre a importância dessas instituições para a soberania científica e tecnológica.
Espera-se que a líder Cristina Kirchner reapareça e que os porta-vozes presidenciais expliquem e implementem medidas urgentes para melhorar a situação econômica e social do país. Medidas como o aumento dos salários e benefícios para os trabalhadores, acordos com empresas para diminuir os preços e o congelamento de preços de combustíveis e alimentos estão entre as propostas que podem ajudar a reverter a situação.
No entanto, é necessário destacar que o governo enfrenta dificuldades, como a herança maldita da dívida com o FMI deixada por Mauricio Macri. A Argentina está em negociações para obter um reembolso crucial do FMI, mas as recentes medidas econômicas, como a desvalorização da moeda nacional e o aumento dos juros, têm causado um aumento inflacionário e a perda do poder de compra da população.
Além disso, a postura de Milei em relação às relações internacionais, como a China e o Mercosul, levanta preocupações sobre o futuro do país. Impedir as relações comerciais com a China e se aliar aos interesses dos Estados Unidos podem ter consequências negativas para a economia argentina.
Em resumo, o momento político argentino é desafiador, mas há esperança de que o governo possa implementar medidas urgentes e necessárias para reverter a situação. A população precisa se informar sobre as propostas dos candidatos e exigir uma mudança real em prol da justiça social e do bem-estar do povo.