Diferentemente de outros países com climas mais quentes, as casas britânicas foram historicamente projetadas para manter os moradores aquecidos durante os longos e frios invernos. Isso significa que essas residências muitas vezes não possuem as mesmas características de isolamento e ventilação necessárias para o conforto em temperaturas elevadas. Em alguns prédios antigos, por exemplo, os canos que fornecem água quente podem não estar bem isolados, o que pode resultar no aquecimento não intencional de todo o apartamento quando se utiliza água durante o banho.
Além disso, há uma questão cultural envolvida. A população do Reino Unido simplesmente não está acostumada a temperaturas altas. Enquanto o Brasil possui uma vegetação exuberante e climas tropicais, como a Amazônia, que fornecem uma grande quantidade de umidade e impactam o clima em todo o país, a Europa não possui essa mesma característica. A umidade é importante para a regulação da temperatura corporal e, quando o ar está muito seco, o corpo humano tem mais dificuldade em manter-se resfriado, o que pode levar a colapsos e problemas de saúde.
Portanto, a falta de ar condicionado nas residências britânicas e a dificuldade da população em lidar com o calor são fatores que contribuem para que um aumento brusco de temperatura seja particularmente desafiador. Enquanto em países como o Brasil, onde o calor é mais comum e as pessoas estão mais acostumadas a essa condição, um aumento na temperatura pode ser desconfortável, mas não chega a ser um problema grave, no Reino Unido a situação é diferente.
Essa falta de preparo para o calor elevado tem preocupado autoridades e especialistas em saúde, que alertam para os riscos à saúde da população britânica em meio às mudanças climáticas e ao aumento das ondas de calor. É fundamental que medidas sejam tomadas para adaptar as residências e infraestruturas do país para lidar de forma eficiente com o calor extremo, garantindo o bem-estar e a segurança de todos.