Lula não está numa fase de grandes paixões pelo ministro, mas foi convencido pelo PT de que enfraquecê-lo seria uma forma de fortalecer o senador Ciro Nogueira, adversário de Wellington Dias no Piauí e presidente nacional do PP.
Ciro é hoje a voz mais forte dentro do PP contra a aliança com o governo. Desde que Lula assumiu a Presidência, ele praticamente não passou um dia sem criticar publicamente o governo.
A pressão dos partidos do centrão para que a reforma ministerial avance é evidente. Eles enxergam na reforma uma oportunidade de ampliar o espaço na Esplanada dos Ministérios e de, consequentemente, conquistar mais poder e influência junto ao governo.
No entanto, o Ministério do Desenvolvimento Social parece ser uma linha vermelha para Lula. O presidente entende que a pasta é estratégica para a implementação de políticas sociais e não está disposto a mexer nela.
Essa decisão, no entanto, não é vista com bons olhos por todos. Os aliados de Ciro Nogueira, por exemplo, veem nessa postura uma forma de fortalecer o senador piauiense e enfraquecer Wellington Dias, governador do Piauí e adversário político de Ciro.
Esse embate interno dentro do PP tem gerado desgaste para o partido e para o governo, uma vez que Ciro Nogueira tem sido vocal nas críticas ao governo de Lula. Suas declarações públicas contra a gestão do presidente têm sido constantes desde o início do mandato.
Todo esse contexto indica que a reforma ministerial pode não ser tão simples quanto se imaginava. Lula terá que lidar com pressões políticas e jogos de poder para definir os rumos do seu governo. Resta aguardar os próximos movimentos do presidente e como isso influenciará a relação com os partidos do centrão e com o próprio PT.