A saga do impeachment foi marcada por um verdadeiro show de horrores, desde a sua autorização por Eduardo Cunha, ex-presidente da Câmara, até as violências verbais e misoginia sofridas por Dilma. A oposição, por sua vez, conduziu uma campanha desleal e contribuiu para a narrativa de um golpe parlamentar.
Michel Temer assumiu a Presidência da República após o impeachment e prometeu melhorar a economia e gerar empregos. No entanto, o que se viu foi exatamente o contrário: a situação econômica piorou e o desemprego aumentou. Além disso, a postura conservadora de Temer e sua linha ideológica e política abriram caminho para a ascensão da extrema direita no Brasil, culminando na eleição de Jair Bolsonaro em 2018.
Esses eventos colocaram à prova a fragilidade da democracia brasileira. Com as tentativas frustradas de Bolsonaro de dar mais golpes, aprendemos que em uma sociedade democrática tão recente e tumultuada como a nossa, é preciso manter uma vigilância constante. Os ataques à democracia têm se repetido devido à falta de maturidade política.
Agora, sete anos após o impeachment, o que já era suspeitado ganha mais força e argumentos sólidos: foi de fato um golpe. Essa decisão reacende a polêmica em torno do processo que afastou Dilma Rousseff da Presidência e alimenta a narrativa de que sua destituição foi uma ruptura democrática. À medida que essa investigação avança, o país enfrenta mais uma vez os desafios de manter sua democracia intacta e evitar novas rupturas institucionais. É um sinal de alerta para que não se repitam erros do passado e que a estabilidade democrática seja uma prioridade para o Brasil.