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China supera outros países do Brics com 7 regimes autoritários, enquanto o Brasil fica em uma encruzilhada preocupante.

Na declaração final do bloco conhecido como Brics, aprovada nesta quinta-feira, diplomatas do Brasil conseguiram que o texto mencionasse explicitamente a defesa dos direitos humanos e da democracia. No entanto, entre os negociadores, não faltavam ironias em relação a essa menção. A questão que surge é: quais direitos serão defendidos e para quem? E até que ponto essa menção não passou apenas de um gesto sem consequências, apenas para agradar à comunidade internacional e ao próprio Brasil.

Com a expansão do Brics, que agora conta com a entrada de países como Arábia Saudita, China, Egito e Etiópia, a realidade é que o bloco terá em sua rede sete regimes autoritários, frequentemente denunciados pela ONU por graves violações de direitos humanos. A repressão contra a oposição é a regra em países como Arábia Saudita, China, Egito e Etiópia. Nos últimos anos, qualquer debate sobre a posição da mulher, igualdade de gênero ou questões LGBTQI+ enfrentam forte oposição desses governos. As denúncias se acumulam contra esses líderes em vários aspectos de direitos humanos.

Durante a cúpula do Brics, o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, fez um discurso contundente e direto ao bloco e aos seus novos membros, destacando que todos os direitos humanos devem ser respeitados, inclusive os políticos. Essa mensagem é especialmente dura para locais onde as eleições são apenas ficções e a prisão de dissidentes é uma constante.

Diante desses fatos, fica a dúvida sobre como ficará a coordenação de posições dos Brics em órgãos como o Conselho de Direitos Humanos da ONU. Será que a nova aliança será usada para enterrar questionamentos legítimos de violações em um desses estados? A inserção de regimes autoritários nesse bloco levanta questões sobre a efetiva defesa dos direitos humanos e da democracia por parte do Brics.

É importante destacar que a defesa dos direitos humanos não pode ser apenas retórica vazia. É necessário que a comunidade internacional e os próprios países do bloco Brics cobrem ações efetivas para garantir o respeito dos direitos humanos em todos os países membros. Caso contrário, o bloco estará contribuindo para a legitimação de regimes autoritários e suas violações de direitos humanos.

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