O PT já anunciou que não lançará um candidato em São Paulo e apoiará a candidatura de Guilherme Boulos, cumprindo um acordo feito para que Boulos retirasse sua candidatura em 2022 em prol de Fernando Haddad. Essa estratégia busca fortalecer as chances de vitória da esquerda no estado.
No entanto, existe uma incógnita sobre o apoio do presidente Jair Bolsonaro a Ricardo Nunes, candidato do PL e herdeiro político de Bruno Covas. Isso ocorre devido aos problemas judiciais que Bolsonaro enfrenta, como acusações de peculato e lavagem de dinheiro, relacionados a joias e sua suposta responsabilidade pelos atos golpistas de 8 de janeiro.
Apesar dessas incertezas, Ricardo Nunes conta com uma vantagem significativa para sua reeleição. O prefeito tem mais de R$ 34 bilhões em caixa para gastar em sua campanha, resultado da quitação da dívida de São Paulo com a União em troca da cessão do Campo de Marte. Essa negociação teve início com Bruno Covas e contou com a participação ativa de Milton Leite, presidente da Câmara Municipal e figura importante na política local.
Diante de tamanha disponibilidade financeira, o prefeito está considerando até mesmo implementar uma pauta de esquerda: o passe livre nos ônibus durante parte da semana. Essa demanda histórica, que catalisou as manifestações de junho de 2013 na capital paulista e teve repercussões políticas em todo o país, agora pode ser adotada por um governo de direita em São Paulo.
Os próximos meses serão decisivos para as eleições em São Paulo. Enquanto Boulos conta com o apoio do PT e a possível influência positiva de Lula, Ricardo Nunes possui recursos financeiros robustos e a oportunidade de adotar políticas progressistas. O embate político entre esquerda e direita promete ser acirrado, com desdobramentos que irão moldar o cenário político nacional.