O anúncio foi feito pela Assembleia Nacional, órgão legislativo do país, que é dominado pelo Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), apoiador do governo atual. Com a maioria de seus membros alinhados ao chavismo, essa decisão gerou descontentamento entre a oposição e a população venezuelana, que teme pela falta de isenção do novo CNE.
A Venezuela já enfrentou controvérsias em relação aos seus processos eleitorais anteriores. Em 2018, por exemplo, a eleição presidencial foi fortemente questionada por diversos países e organizações internacionais devido às suspeitas de fraude e à ausência de observadores independentes do processo eleitoral.
Diante desse contexto, a nomeação de um CNE com maioria chavista é percebida como um retrocesso democrático e uma ameaça à credibilidade das eleições futuras no país. A oposição venezuelana denuncia que essa decisão é apenas mais uma manobra para perpetuar o governo atual no poder e impedir a pluralidade política no país.
Para muitos venezuelanos, a designação de uma autoridade eleitoral com viés político representa um desrespeito à importância de uma democracia verdadeira. A falta de confiança na atual administração e nas instituições governamentais tem levado muitos cidadãos a buscar alternativas, como o exílio em outros países, para escapar das dificuldades enfrentadas na Venezuela.
Diante desse cenário complicado, a comunidade internacional tem expressado preocupação e oposição à medida tomada pelo governo da Venezuela. O Grupo de Lima, composto por diversos países latino-americanos, emitiu uma declaração expressando sua inconformidade com a situação e reiterando seu apoio à oposição venezuelana.
Além disso, organizações não governamentais e governos de todo o mundo estão solicitando às autoridades venezuelanas que garantam processos eleitorais livres, justos e transparentes. Pedem ainda que observadores independentes possam acompanhar todas as etapas do processo eleitoral para assegurar a integridade do mesmo.
Em meio a essa controvérsia, resta destacar que a defesa da democracia e o respeito aos princípios democráticos devem orientar qualquer processo eleitoral. É preciso que as autoridades venham a público para responder e acatar essas preocupações e garantir que o país trilhe o caminho de uma democracia verdadeira. Somente assim será possível devolver a confiança e a esperança ao povo venezuelano, tão resiliente diante das adversidades enfrentadas nos últimos anos.