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A Câmara aprova arcabouço fiscal sem Fundeb e Fundo do DF; texto será enviado para sanção.

A Câmara dos Deputados aprovou, na noite de terça-feira (22), o arcabouço fiscal com uma expressiva vitória, contabilizando 379 votos a favor e apenas 64 contra. O relator da nova regra fiscal na Câmara, deputado Cláudio Cajado (PP-BA), acatou apenas duas mudanças no texto final, excluindo o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) e o Fundo Constitucional do Distrito Federal (FCDF). A próxima etapa agora é a sanção do presidente Lula (PT).

Desde maio, quando o texto de Cajado foi aprovado pela Câmara, a proposta já deixava claro que os custos relacionados à valorização do salário mínimo e créditos extraordinários para gastos imprevisíveis estariam fora do limite de gastos. O relator rejeitou, portanto, a grande maioria das mudanças propostas pelo Senado.

Uma das modificações propostas pelos senadores, que foi recusada pelo relator, estava relacionada à exclusão dos gastos com ciência, tecnologia e inovação. A falta de consenso entre as lideranças partidárias durante a reunião de terça-feira foi o motivo alegado por Cajado para a rejeição dessa emenda do líder do governo Randolfe Rodrigues (sem partido-AP), que havia sido aprovada no Senado.

A chamada emenda Randolfe previa que o governo poderia utilizar uma estimativa anual de inflação para ampliar o limite de gastos durante o período de desenvolvimento da Lei Orçamentária Anual (LOA). Atualmente, o teto de gastos é calculado com base na inflação do ano anterior.

Outra modificação, articulada pela ministra do Planejamento, Simone Tebet, e que havia sido aprovada no Senado, não foi aceita pela Câmara. Essa modificação tratava de um mecanismo que permitiria a liberação de custos condicionados à aprovação de crédito suplementar pelo Congresso, podendo variar entre R$ 30 e R$ 40 bilhões.

O arcabouço fiscal foi aprovado na Câmara em abril e, posteriormente, em junho no Senado. Ele substitui o atual teto de gastos estabelecido em 2016, durante o governo de Michel Temer, alterando o parâmetro de limitação das despesas públicas. Anteriormente, o limite era determinado pelo total de gastos do ano anterior, mas o projeto modifica esse critério para ser baseado na arrecadação dos últimos doze meses.

Com a nova regra, fica autorizado o aumento das despesas de acordo com a variação da receita. A União poderá aumentar os gastos em até 70% do aumento da receita.

Apesar de ser mais flexível, o texto aprovado na Câmara inclui a limitação de três fundos que anteriormente não estavam sujeitos ao teto de gastos: o Fundo Constitucional do Distrito Federal, o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) e os recursos destinados à ciência e tecnologia.

O projeto também estabelece metas fiscais para as despesas primárias, com o objetivo de atingir um déficit fiscal zero até 2024. As despesas primárias englobam todos os gastos governamentais, excluindo os gastos com a dívida. Na primeira votação na Câmara dos Deputados, o projeto ainda incluiu a previsão de bloqueio de despesas em caso de descumprimento da meta fiscal proposta.

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